terça-feira, 14 de setembro de 2010

A carreta fantasma


Era mais uma discussão sobre coisas banais, mais uma de muitas outras.
Era um carro na estrada com uma garota e um cara há discutir e numa curva era uma carreta que vinha a mil. E agora era um carro partido em dois, cada parte em um canto da estrada e uma pessoa junto a cada parte.

Ninguém morreu simplesmente se levantaram e sacudiram a poeira. A carreta continua sua jornada, mas sua carroceria não acabava continuava e continuava como uma locomotiva sem fim com centenas e centenas de rodas esmagando o asfalto e dividindo a estrada ao meio.

Era um cara de um lado, era uma garota do outro, ambos queriam ir um pro lado do outro, mas não podiam atravessar aquela muralha móvel. Ele gritou, ela chorou, jogaram pedras ficaram com raiva ficaram tristes. Um podia ouvir a voz do outro em meio ao rugido de engrenagens milenares tão desgastadas e secas que criavam um lamento percorrendo quilômetros angustiando ouvidos e corações.

Uns dizem que ela era o próprio mal brincando com as pessoas, outros dizem que era guiada pelo próprio demônio e ainda outros dizem que foi criada pelo homem, mas ninguém sabe ao certo por que ela anda ou quando vai parar, dividindo sonhos e vidas.
Era agora um cara de um lado e uma garota do outro, não podiam mudar lado só podiam agora seguir seu próprio caminho.