segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Estável

Eu ligo e desligo a luz do quarto
Varias vezes
Claro e escuro
Eu sou claro e escuro
Sou o dia e a noite em um só
Mas você só vê noite em mim
E escurece cada vez mais meu coração
Abra a janela e me deixe entrar
Posso ser a luz que você ainda não viu
A mensagem que não te encontrou
Eu ascendo e apago
Me deixe claro como o dia
Me dê calor a noite
Deixe-me estável

Embriagado

Existe um copo
E as luzes continuam brilhando
Não existe plural pra quem está sozinho
O calendário mudou e as batatas estão queimando
E as luzes continuam brilhando
Eu tirei o feijão dos dentes, mas era tarde demais
É a primeira impressão que fica
Quantas são vocês? São tão parecidas...
Eu perdi a frequência das perguntas
E as luzes continuam brilhando
Eu ouvi as notas, mas não acreditei e fiquei
Esperando você voltar
O ano não parece ser outro
E minha velha bicicleta continua quebrada
O copo agora está vazio e as luzes continuam brilhando
Quanto custa um sentimento?
Qual o preço que dessa vez você vai me cobrar?
Eu não receberei presentes este ano
E as luzes continuam brilhando
Todos brilham menos eu
Minha lanterna apagou
Eu vou voltar pra festa
E algumas luzes não brilham mais...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ele e Ela

Ela não tinha braços
Ele não tinha sonhos
Ela não podia abraçar
Ele não podia voar
Ela só podia tocar músicas imaginadas
Ele não criava nada
Eles poderiam se encontrar um dia
E ele seria o abraço que ela não tem
E ela seria o sonho que ele não sonha
Mas ela não gosta dele
E ele não gosta dela
E preferem seguir sem ter o que falta.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hoje uma grande chuva vai cair, nos dizendo que algo vai mudar
e nem adianta tentar falar sobre mim.
O céu diz que quer cair e ficar embaixo de nós e mais uma vez os
filhos falharam com seus pais.
Hoje eles não dormem mais a noite esperando as noticias pela manhã,
noticias que virão no lugar dos seus filhos.
Dê-me um pouco de tinta, que eu quero pintar o céu antes que ele
caía e esmague nossos sonhos.
Os meus sonhos são vazios sem você, como se não fossem meus, mas
tudo bem não vou me destruir antes das seis.
A TV se tornou nossa família, nesses dias se sorrisos drogados
tão frágeis quanto os pilares que sustentam nossos dias.
Mas hoje uma grande chuva vai cair e fazer tudo mudar, então
seremos carne e sangue outra vez.
Porque eu sou vazio sem você como se eu não fosse eu.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


O homem pálido senta-se outra vez em sua cadeira, na sua mesa a tela de neon como um ídolo a ser adorado. As luzes da caixa mágica se acendem e dão inicio a mais um dia de teste de paciência e nervos. Não vê amor nem vida, somente existe a luz bruxuleante daquele mundo artificial que se estende perante seus olhos. O carrasco cospe suas ordens aos quatro cantos, exigindo cada segundo do seu intelecto. No fim de tarde ele respira aliviado, tentando se desgarrar dos efeitos da tortura psicologia, da sensação de se sentir uma maquina orgânica, de ser produtivo a cada instante e não parar para sorrir ou sonhar, esconder a vergonha de saber que está vendendo sua vida, suas horas de oxigênio...

Segue cada dia do seu clico vicioso, caminha à noite pelo cinza da cidade enquanto milhões de buzinas embaralham seus pensamentos e os prédios escondem as estrelas. Mais e mais vai perdendo a humanidade, ficando mais calado e se trancando num mundo de fones de ouvido.
Apesar de tudo ainda tem sonhos, mesmo que escondido de seu desanimo e em alguma esquina quem sabe encontre um olhar e o olhar vire um sorriso e junte esse sorriso ao seu e os leve até o infinito da redenção.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Esperança Encardida 3 (Diamantina Road Blues)


A estrada pode te absorver, ela é um pote gigante de surpresas de olhos se cruzando no espaço de corações estraçalhados no asfalto.
Sou um "eu" diferente, não o mesmo que começou pelo caminho.
Toda a juventude está ficando empoeirada como o chão que rasgo agora. Todos os sentimentos revirados e soltos dentro de mim.
Os velhos dragões voltaram e ser moinhos e já não assustam mais, o meu rosto escancarado ao vento mostra uma nova fase.
Não! Não me sinto mais velho, nem mais sábio ou inteligente a idade parece não surtir tantos efeitos quanto os esperados assim como os anos não te curam completamente. Os anos somente enterram as coisas, e às vezes elas voltam, mas não hoje! Hoje é dia de estrada e sol, porque só assim posso alimentar meu espírito inquieto buscando sempre nos quilômetros a cura de uma doença sem fim que pode ter vários nomes como solidão ou tédio.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Viagem Insólita

Acordei no ônibus e um breve momento no tempo, aquele segundo antes de abrir os olhos tive duvidas de onde eu estava. Coisa comum de acontecer. Muitos se sentem perdidos, sem saber se estão na cama ou sabe-se lá onde. Mas dessa vez foi diferente porque eu não sabia em que lugar do tempo eu estava.

Minha mente foi jogada numa espécie de fenda no espaço e naquele instante imaginei estar deitado numa cama de colchão mole que era feito com recheio de palha de bananeira e esperei ali que os dedos enrugados de minha avó iriam me tocar e sua voz suave de velhinha me chamaria para o café com biscoito que ela mesma fez.
Balancei a cabeça ao lembrar que aquela senhora já tinha partido há muito tempo, ainda nos anos 90 e soube que não teria um dia tramquilo na roça catando manga no pé e brincando com os primos.

Quem sabe então hoje não seja uma manhã de domingo em 89, quando me levantava apressado pra não ficar pra trás e meu pai ir jogar bola sozinho, claro que aos cinco anos eu não jogava e na verdade não joguei nos outros 20 anos depois, mas gostava de agir como uma sombra dele e me sentia útil em guia-lo para casa depois da sua bebedeira.
Mas não era 89 então quando seria? Talvez o despertar dos meus próprios dias etílicos aqueles em que a memória falha e de maneira providencial, escondendo assim as frases que você não deveria ter dito na noite anterior, a sensação de tempo desperdiçado por não ter tentando beijar aquela tal garota, culpa da sua eventual timidez.

Hum melhor ainda! Hoje pode ser uma daquelas manhãs onde acordava na casa de uma antiga namorada com aquele sorriso sem vergonha de quem sabe que está quebrando as regras e não deveria estar ali, e que se alguém te descobrir você estará realmente encrencado.
Sim realmente o tempo se despedaçou e resolveu brincar com minha existência, é tão estranho quando perdemos a referencia na vida, igual há vez em que um grande amigo morreu afogado e fez com que todos da turma percebessem que um dia tudo se vai, cada minuto é precioso e agora estou aqui a talvez possa escolher em que dia vou acordar. Mas não pude escolher nenhum deles porque o segundo de viagem insólita acabou e nem mesmo era manhã, mas sim à hora do rush em belo horizonte com suas centenas de pessoas em carros loucas para voltar logo há suas vidas. Ascenderia um cigarro se eu ainda fumasse, mas depois de três anos assim como todo o resto esse vicio ficou no passado.

(Musica tema: Watermelon in Easter Hay de Frank Zappa, essa musica sempre me faz viajar)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

No cemitério das palavras

Nos textos é onde enterro meus mortos
Nas frases é onde invoco os fantasmas
E nas palavras lacro as sepulturas

Sim você morreu nestas linhas
Sim eu te chamei nas estrofes
Tenho um mundo de espíritos esquecidos
De todos os dias que venho enterrando
Nessas tantas mortes que sofremos
Dia após dia, morremos e nascemos
Sempre começando do zero
Sempre tentando reconquistar um ao outro

Nos textos é onde enterro meus mortos
Nas frases eu criei mausoléus
Para lacrar o seu sorriso junto ao meu
Em todo dia que se vai
Enterrando meus anseios
Deixando pra lá tudo que morre
Tudo que me atormenta
Tudo que fui para dar lugar há tudo que serei
Enterrar tudo que fomos
E dar lugar a tudo que seremos

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A carreta fantasma


Era mais uma discussão sobre coisas banais, mais uma de muitas outras.
Era um carro na estrada com uma garota e um cara há discutir e numa curva era uma carreta que vinha a mil. E agora era um carro partido em dois, cada parte em um canto da estrada e uma pessoa junto a cada parte.

Ninguém morreu simplesmente se levantaram e sacudiram a poeira. A carreta continua sua jornada, mas sua carroceria não acabava continuava e continuava como uma locomotiva sem fim com centenas e centenas de rodas esmagando o asfalto e dividindo a estrada ao meio.

Era um cara de um lado, era uma garota do outro, ambos queriam ir um pro lado do outro, mas não podiam atravessar aquela muralha móvel. Ele gritou, ela chorou, jogaram pedras ficaram com raiva ficaram tristes. Um podia ouvir a voz do outro em meio ao rugido de engrenagens milenares tão desgastadas e secas que criavam um lamento percorrendo quilômetros angustiando ouvidos e corações.

Uns dizem que ela era o próprio mal brincando com as pessoas, outros dizem que era guiada pelo próprio demônio e ainda outros dizem que foi criada pelo homem, mas ninguém sabe ao certo por que ela anda ou quando vai parar, dividindo sonhos e vidas.
Era agora um cara de um lado e uma garota do outro, não podiam mudar lado só podiam agora seguir seu próprio caminho.

domingo, 12 de setembro de 2010

Homem de lata


O céu se estende como um tapete negro com pontos brilhantes espalhados como os destroços de uma velha explosão.
E eu deitado vendo esses pontos de milhões e milhões de sois dessas incontáveis galáxias perdidas enquanto abraço o vazio que vem sendo a força mais presente em minha vida, preenchendo e cravando suas garras em minha existência e me transformando numa máquina fria e insensível.

Então! Tente me salvar!

Porque você tem a chave pra me tirar dos braços da solidão e quebrar as engrenagens desgastadas que me arrastam pelos dias fazendo de mim cada vez mais máquina.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Night Road


E me joguei na escuridão da estrada
E escuro estava meu coração
Cercado de sombras e incertezas
Das palavras não ditas, do seu olhar no fim do dia
Contei os faróis de cada carro
Que encontrei pelo caminho
Até chegar à Babilônia outra vez
E por lá eram tantos carros
Que não podia mais contar
São tantos rostos agora
Que você não pode ver o meu
E são tantas luzes mais brilhantes
Que ofuscam a minha estrela
E sendo uma luz de pouco brilho
Eu não posso iluminar o seu dia

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Comentários sobre Brian Jones


Outro show em nossas vidas

Novos sons para nosso destino

Já está tudo armado ha nossa espera

Ele cuidou de cada detalhe

Festa velório e caixão

Não se preocupe comigo hoje

Você me deu o mais belo presente

A morte fez de mim um mártir

Decadentes estão mesmo fora de moda

Irônico não?

Mas pense bem cara ser feliz é muito chato

Por isso gostei mais das pedras rolando

Isso você nunca vai entender

Agora vocês são pobres mortais

E eu ganhei meu trono eterno

É mesmo uma pena eu não poder

Aproveitar o meu premio

Olha agora o resultado

De quando você nasce sendo

Seu pior inimigo

E vive a sabotar sua própria vida

Minha nova vida começa hoje

Com as flores e velas

Pena eu não estar aí pra ver

É melhor aproveitarem ela bem pra mim

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vivo sempre tendo as mesmas respostas para perguntas diferentes, um teste de paciência todos os dias sem parar. Tomo um porre de mim todas as noites, na estranha navegação de percorrer a minha mente. Meu cérebro é uma oficina de amarguras e mesmo assim espero dar um doce de mim para alguém, sempre açoitado pelo lamento da falta de melhoras, da chance que não tenho para melhorar.

Esta é a dimensão da meia vida, o espaço da metade, a mão que falta pra apertar no sábado a tarde, o espaço vago na outra cadeira do cinema o telefone que está noite não vai tocar. Esta é a dimensão da meia vida, e isto não é a metade de tudo que quero dizer.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O amanhã vai ser o mesmo



Às vezes quando você vai embora eu sento e te espero de novo.
Às vezes quando você vai embora eu sinto medo que nunca mais volte.
Hoje tenho mais um dia de trabalho, pouca grana no bolso e um risinho falso pra todo mundo.
Ando pelas ruas com os olhos fechando, mas sou menos preguiçoso do que pareço, eu só preciso de um motivo pra lutar por alguma coisa.

Sei que ela diz que sou apressado, que amanhã tudo pode mudar, mas e se amanhã eu não acordar pra te esperar.
Sei que ela diz que sou apressado, que amanhã tudo pode mudar, mas e se amanhã eu não acordar pra te esperar.
Sei que ela diz que sou apressado, que amanhã tudo pode mudar, mas e se amanhã eu não acordar pra te esperar.
Pra te esperar.
Pra te esperar.
Pra te esperar.

Às vezes finjo que sou corajoso e que o mundo é pequeno pra mim. E os dias passam sem que nada mude e a vida segue de domingo a domingo.
Às vezes penso em cair fora daqui, evoluir minha idéia e esquecer o que eu fui começar de novo mesmo me sentindo velho por dentro.

Sei que ela diz que sou apressado, que amanhã tudo pode mudar, mas e se amanhã eu não acordar pra te esperar.
Sei que ela diz que sou apressado, que amanhã tudo pode mudar, mas e se amanhã eu não acordar pra te esperar.
Sei que ela diz que sou apressado, que amanhã tudo pode mudar, mas e se amanhã eu não acordar pra te esperar.
Pra te esperar.
Pra te esperar.
Pra te esperar.

Às vezes quando você vai embora eu sei que não falei o que eu queria.
Às vezes quando você vai embora eu sei que queria só mais um minuto, mas é o fim.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Morrer, viver ou te fazer sorrir



Hoje acordei com nuvens na cabeça, tentei decidir se iria morrer, viver ou te fazer sorrir. Desculpe garota se isso te deixa confusa, mas, por favor, entenda meus exageros de amor. Seu choro nunca me fez tanto sentido e talvez isso me faça querer pular em frente um ônibus. Eu nunca entendi muito bem meu coração, então tente não me culpar por essa fase em que ando sem tempo até pra mim. Hoje acordei com nuvens na cabeça, tentei decidir se iria morrer, viver ou te fazer sorrir e não encontrei coragem pra fugir do dia e tudo que ele me cobra. Hoje acordei e tentei decidir se iria morrer, viver ou te fazer sorrir.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre o tempo

Sobre o tempo lá vou eu.
Navegando entre as datas.
Com o tênis furado novamente num grande ciclo vicioso.
Levando os cheiros, gostos e sorrisos que nunca vou esquecer.
Minha vida nem sempre foi deserto, realmente valeu a pena ter sido feliz!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Positively 4th Street


You got a lotta nerve
To say you are my friend
When I was down
You just stood there grinning

You got a lotta nerve
To say you got a helping hand to lend
You just want to be on
The side that’s winning

You say I let you down
You know it’s not like that
If you’re so hurt
Why then don’t you show it

You say you lost your faith
But that’s not where it’s at
You had no faith to lose
And you know it

I know the reason
That you talk behind my back
I used to be among the crowd
You’re in with

Do you take me for such a fool
To think I’d make contact
With the one who tries to hide
What he don’t know to begin with

You see me on the street
You always act surprised
You say, “How are you?” “Good luck”
But you don’t mean it

When you know as well as me
You’d rather see me paralyzed
Why don’t you just come out once
And scream it

No, I do not feel that good
When I see the heartbreaks you embrace
If I was a master thief
Perhaps I’d rob them

And now I know you’re dissatisfied
With your position and your place
Don’t you understand
It’s not my problem

I wish that for just one time
You could stand inside my shoes
And just for that one moment
I could be you

Yes, I wish that for just one time
You could stand inside my shoes
You’d know what a drag it is
To see you

(Composição: Bob Dylan)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Caixa


Cheguei do trabalho um pouco mais tarde hoje, entrei no quarto peguei a caixa e levei para o quintal.
Depois de depositar a caixa cuidadosamente no centro do quintal fui até a cozinha e peguei um litro de álcool e um isqueiro.
Voltei ao quintal encharquei tudo com o álcool, respirei fundo, repensei tudo quis desistir, mas a magoa foi maior e ascendi o fogo.
Sentei no banco e fiquei vendo tudo queimar. Todas as promessas, declarações e desabafos. Flutuei num mundo morto por entre as cinzas que começavam a aparecer.
Fiquei inquieto fazendo um esforço gigante para não levantar e pegar um copo de água, mas sabia que não adiantaria nada. Nada que eu fizesse agora iria mudar o que eu tava sentindo.

Minha mãe veio e me olhou com aqueles olhos profundos e o rosto triste de quem nada pode fazer para ajudar. Quis saber por que eu estava queimando tudo e só o que pude dizer foi que às vezes temos que apagar o passado, nos livrar das coisas que nos fazem sofrer. Fiquei ali cutucando o fogo garantindo que cada pedacinho de papel iria queimar que nenhuma daquelas mentiras sobraria numa tentativa de que minha memória também sumisse.
Tentei chorar, fiz força me retorci, mas não saiu nenhuma lágrima. Parece que um sentimento ainda queria continuar em mim para me maltratar por mais alguns anos.

E agora tudo estava queimado e eu ainda revirando cinzas tentando fazer com que o ritual demorasse mais, porque aquela era a ultima vez que eu veria aquelas coisas todas e em meio às cinzas encontrei uma pequena pedra em forma de coração, o ultimo presente ainda inteiro. Peguei a pedra ainda quente queimando os dedos há coloquei em cima de uma pedra e com uma única martelada a parti em mil pedaços.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Os Dias Que Não Estivemos Aqui

Quando há conheci embaixo da chuva
Ela disse que procurava fantasmas na água
E que sempre tinha um furo na memória
Eu apenas ri.

Disse que não há nada pra mim
Nessa cidade,
Nada que não seja ela
Só quero ir embora e te levar comigo.

Nunca mais posso voltar a ser o que era
Sou o fantasma que você procura na chuva
Ela ri e diz que me conhece, mas que amanhã
quando a chuva acabar não serei mais que uma sombra.

Então digo que vou indo , mas posso voltar amanhã?
Tomar mais uma dose de você?
Vamos deixar a rua e com ela nossa juventude
E os próximos dias serão os dias que não estivemos aqui.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

...


Eu queria encontrar um coração que não se partisse
Então fui atrás de você até a beira do infinito
Tentei me proteger o tempo todo da sua presença,
Mas as portas foram fechadas tantas vezes que não pude evitar
Numa cerimônia em um sonho distante um casal estava no altar
Prometendo o amor e a eternidade
Eu queria encontrar um coração que não se partisse
Então te ofereci o meu
Você vai embora num ônibus
E eu não vou poder te ver desaparecer na estrada
Numa cidade de luzes e que nunca dorme você vai encontrar uma vida longe de mim
E talvez um sorriso mais brilhante que o meu em alguma esquina
Eu queria encontrar um coração que não se partisse
Para ensinar a concertar o meu.