sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Esperança encardida 2


O que surgiu fora de mim, tudo que é sinônimo de estrada.
Só percebe os segundos quando eles se vão.
Um veneno que me guia uma nova onda um novo momento.
É o preço de apostar no impossível.

Aqui estamos, os jovens e nosso peso no ombro, bato em cada porta
No meu caminho empoeirado, sem ninguém ousar vagar comigo no
Deserto que é meu coração. No infame barulho de meus pés na poeira
Deixo meus passos sujos, pra que olhar pra traz?

O motivo do sorriso se transformou em motivo de choro e em todo o
Meu tempo penso que nas montanhas é que estão as respostas.
Abandonei meus lamentos em algum lugar da estrada e fora desse
Curso que é breve tive um segundo de calmaria.

Tive que ir, deixando meu gosto na boca de alguém, talvez chorando
Eu possa alimentar um pouco dessa terra seca. É o fim do meu tempo
Todo dia. Conto sempre com as esperança de um fim, porque se tudo
que tenho se tornou encardido é de saber que um dia tudo se vai.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Não arrumei titulo pra isso


A saudade é a arma que o amor usa pra ficar mais forte. Mas o tempo sempre vence. Sou o soldado que já é considerado morto ao sair do portão, aquele que dá o ultimo beijo na esposa e cumprimenta o próximo consorte antes de ir.

Mas às vezes os mortos voltam, e querem a sua de volta. Rasgar a certidão de óbito não funciona. Às vezes não há mais espaço pra você, aqui a vida é lenta, e a lentidão é o inferno de quem sente saudade.

Estes dias todos me fizeram violento todo o tempo que estive aqui foi em vão. Às vezes não escolhemos o próprio destino, quando nossas escolhas não dependem só de nos. Os abandonados ligados a cabo, são os retratos de nossa geração no vazio destes dias titânicos. Sentados a beira do campo, esperamos a guerra chegar, todo dia é uma agonia, estamos todos em silencio.

...


Você me aculumula, suga-me, seca-me!
Deixa-me volta-me, vai
Parece que somos mesmo feitos um pro
Outro, por mais que eu corra você vem
E fica. Sempre e sempre a mesma coisa
Canso-me de te ver todo dia!
Queria que você fosse embora hoje, hoje e sempre
Me deixe com a palavra. Por que sempre diz
que sou mais sonho que vida? O sonho sonha
Sozinho.
Você é surda?
Vá embora solidão!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Esperança encardida


Andou pra procurar nova paisagem

Sempre com a certeza do oásis

E o sonho se tornou uma esperança

Já a muito encardida.


Agora hastia a bandeira negra

Toda a loucura do mundo que segue

Em seu giro frenético, mais uma vez

Apago meu sorriso e não digo nada.


Sinto por não mudar, sinto por não mudar por você

Porque mesmo se me lancei em jornada impossível

É de se saber que não haverá

Gloria da chegada.


Ergui-me em cima de minhas próprias fraquezas

Mas esqueci que o vento é forte demais pra mim

E como um moinho velho que pensava que era dragão

Fui ao chão e ouvi o próprio estrondo de minha queda.


Uma nova, "vida nova", das muitas que tenho tido a cada mês

Um novo começo de abandonos, umas poucas lembranças de porres

Essa é mais uma semana de promessas desfeitas

E planos esquecidos.


De mim não espero nada, e ninguém espera por mim

É o entardecer dessa vida, é o medo da noite chegar

Sou agora uma rotina de paisagem da ida e volta pro trabalho

Que passa que passa que passa que passa...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Rotina


Toda noite quando chego em casa o cachorro dá casa ao lado fica me latindo até eu entrar.
Todo dia é a mesma coisa, ele já sabe quem eu sou mas continua assim mesmo.
Hoje pensei que animal mais estúpido! Faz a mesma coisa todo dia, daí lembrei que saio todo dia cedo para trabalhar, tudo exatamente igual.

Fogo


Tem medo de mim? Do que posso fazer do que posso dizer.
Quem pode assegurar que é incêndio? Quem botou fogo em mim?
Na alma existem brasas, de onde um dia tudo pegava fogo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008


Olhe pra traz e de adeus, olhe pra frente e não veja nada, inquietantes oportunidades jogadas fora! Num lugar distante talvez eu veja o mundo, lugar plano onde o horizonte se dobra onde vemos a sombra das nuvens, um lugar meio eu meio você. Olhe pra traz e de adeus.

Meu lado esquerdo vazio, o lado que você levou o que restou de um coração. Tenho um coração que queria que fosse embora, que largasse meu peito e sumisse pra sempre. O amanhã ta muito longe, talvez meus olhos se queimem antes dele chegar. O mundo é dos cruéis. Isso talvez seja uma lição mal aprendida!

Uma nova mente descrente, atordoado demais para ser eu mesmo, cansado pela falta de mudança pela chance que eu não tenho pra mudar. Chances as vezes pequenas, passam bem rápido se escondendo pra que você não veja, mas que cobram o seu preço quando vão embora.

E mesmo estando distante eu sigo como meu bizarro show, cometendo mais erros do que qualquer um possa perdoar, mas molhe a ponta do seu dedo e me refresque com um pingo de água, pra diminuir o dia quente pra tentar fugir pra um lugar meio eu meio você.

Espinha


Saiu mais uma espinha no meu rosto hoje, essas espinhas que vem depois dos vinte.

Que nos mostram que por mais velhos que ficarmos vamos continuar a viver sem entender nada.

Mudança de velocidade, mudança de rumo à auto compreensão aos níveis mais caóticos. Caras más e bonitas são a unanimidade na escola, com um orgulho até os quarenta.

Nunca fiz parte desse mundo, nunca teve espaço pra mim nele. Ilusões de cada dia me fizeram ficar vivo, a verdade escancarada é o fim da linha na juventude.

Tudo do mesmo jeito e ainda pior, nada que se possa pegar com a mão e jogar pra bem longe, nada que se possa resolver nada que se possa fazer só a sensação de impotência.

Saiu mais uma espinha no meu rosto hoje, essas espinhas que vem depois dos vinte.

Que nos mostram que por mais velhos que ficarmos vamos continuar a viver sem entender nada.

As tardes já não são mais longas, os dias passam rápido no trabalho, veja sua vida na janela ou o que sobrou dela na parede.

Cada cicatriz na cara do mundo é algo belo pra mim.